Camiões de tabaco atacados na A1

Vários indivíduos armados emboscaram dois camiões de tabaco, sequestrando os motoristas, na noite de anteontem, em Pombal. As autoridades não conseguiram deter os criminosos, mas abortaram o roubo do tabaco.

A primeira acção visível do plano criminoso, altamente elaborado, teve lugar em plena auto-estrada n.º1 (A1), junto ao nó de Pombal, ao início da noite de anteontem. Ambos os camiões vinham dos armazéns da Tabaqueira Portuguesa, no Montijo, e dirigiam-se para uma empresa distribuidora de Ermesinde, quando foram ultrapassados, pouco antes da saída para Pombal, por uma carrinha Renault Kangoo, que havia sido furtada na Região Centro. Era apenas uma das três viaturas usadas pelo grupo.

Com a carrinha ainda em andamento, dois dos seus ocupantes abriram as portas traseiras, exibiram armas de fogo e dispararam para o ar, por várias vezes, obrigando os motoristas dos camiões a parar.

Os motoristas foram obrigados a abandonar os camiões e a entrar na carrinha Renault, mas os suspeitos levariam apenas um dos camiões carregados de tabaco - o outro ficou parado na berma da auto-estrada, bem como uma das viaturas usadas pelo grupo. O gangue tomou então a variante em direcção ao IC8, parando no lugar de Barros da Paz, ainda no concelho de Pombal, onde os suspeitos trocaram o respectivo tractor por outro que também havia sido furtado.

Com aquela mudança, concretizada cerca de uma hora depois da saída da auto-estrada, pretendiam evitar que o GPS do tractor original, controlável à distância pelos seus proprietários, denunciasse o percurso dos ladrões. Em Barros da Paz, a GNR recuperaria, ainda, um terceiro veículo, uma carrinha de marca Mitsubishi, que os suspeitos teriam furtado no Norte do país. Naquele mesmo lugar, foram abandonados os motoristas, que conseguiram pedir ajuda a um morador das redondezas.

Contudo, segundo informações recolhidas pelo JN, a GNR não foi alertada para a situação nem pelos motoristas nem por via do sistema de controlo do GPS, mas pela Polícia Judiciária… Graças a esse aviso, seria recuperada a carga de tabaco, no Itinerário Complementar nº 8 (IC8), a cerca de 50 quilómetros na direcção de Proença-a-Nova e cerca de três horas depois do ataque aos dois camiões na A1 (ver infografia).

Com efeito, depois de trocado o tractor do camião, os suspeitos seguiram pelo IC8, no sentido Pombal - Castelo Branco, mas este já estava a ser vigiado pela GNR. Numa zona entre os concelhos de Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, o condutor do camião avistou uma patrulha da GNR, encostou à berma, de imediato, saiu e meteu-se dentro de um veículo ligeiro de alta cilindrada que o acompanhava e que a viatura da GNR não terá conseguido perseguir.